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Moradores de Araruna ganham hortas comunitárias com apoio do Estado

Uma iniciativa do Governo do Estado está colaborando para a melhoria da alimentação e da renda no município de Araruna, no Centro-Oeste do Paraná. O programa Hortas Comunitárias, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, garantiu recursos para instalação de três unidades nos distritos de Nova Brasília, São Geraldo e São Vicente

A primeira delas, inaugurada na semana passada em Nova Brasília, já está apresentando resultados. As demais estão na fase de preparação do terreno e capacitação da mão de obra, e devem concluir seus projetos ainda no primeiro semestre.

O investimento por parte da Secretaria foi de aproximadamente R$ 26,6 mil para as três hortas – que inclui o financiamento de alambrados, carrinhos de mão, enxada, mão de obra e terraplanagem. A contrapartida da Prefeitura de Araruna soma R$ 1.620,00. Os moradores cultivam produtos como cheiro verde, almeirão, alface, cenoura, beterraba, repolho, couve e temperos – tudo orgânico.

A técnica Rosângela Verri Mançano, do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Desan) da Secretaria da Agricultura na região de Campo Mourão, explica que essas localidades possuem uma população economicamente mais vulnerável, que pode se beneficiar tanto do consumo quanto da comercialização dos alimentos.

O edital possibilitou ainda, por meio de uma parceria entre o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná) e o Senar, capacitações para as 10 famílias envolvidas na manutenção do espaço. “O treinamento envolveu desde os ensinamentos sobre a olericultura até embalagens e comercialização”, explica Rosângela.

RESULTADOS – O morador Antônio Francisco da Rocha, líder do grupo responsável pela horta do distrito de Nova Brasília, conta que a organização da comunidade foi possível com muito esforço. “Com ajuda de alguns parceiros, conseguimos colocar em prática o conteúdo dos cursos, e com nossa mão de obra erguemos a estrutura da horta. Nos cursos aprendemos muito sobre olericultura, sobre como lidar com as plantas, fazer corretamente a lida com insetos e pragas, e irrigação. Então foi muito importante”, afirma.

Segundo ele, os moradores já estão comprando os produtos. “O pessoal está gostando muito. Algumas pessoas, no início, achavam que não ia dar certo. Mas com muito empenho, arregaçamos as mangas e fizemos. Estamos muito contentes em ver o fruto do nosso trabalho”, complementa.

Para o assistente social do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Prefeitura de Araruna, Sidnei Tomiato, o objetivo dessa iniciativa é a integração social de grupos vulneráveis, e o trabalho da horticultura funciona como uma ferramenta de inclusão. “Isso contribui efetivamente com a melhoria na alimentação, garante a segurança alimentar e nutricional e também é uma possibilidade de geração de renda para a comunidade”, diz.

Ele destaca, entre os resultados, a integração intergeracional, a socialização e a construção de uma identidade individual e coletiva.

PROGRAMA – O Hortas Comunitárias já viabilizou projetos em Cascavel, Curitiba, Moreira Sales, Indianópolis e Mandaguaçu. A chefe do Desan, Márcia Stolarski, explica que o programa pode atender qualquer cidade paranaense. “Temos várias experiências de sucesso com hortas em grandes cidades, mas é importante que a população perceba a importância desses espaços também nos pequenos municípios, que muitas vezes já possuem comunidades organizadas e que podem melhorar sua qualidade de vida no trabalho com a terra”, diz.

Além dos benefícios diretos, a técnica destaca a união que o projeto promove entre os moradores. “Não é só o fato de plantar. É o trabalho de organizar comunidade, participar dos cursos, e adquirir conhecimento da área”, complementa.

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