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Política

Fusão PSL-DEM cria força de direita

UNIÃO BRASIL – O assunto da vez é a corrida eleitoral do próximo ano, que teve mais um capítulo importante na última semana, com a convenção conjunta que resultou na aprovação da fusão entre DEM e PSL. A junção das duas siglas deve movimentar os bastidores da política no período que antecede as eleições gerais, pois cria o maior partido do país, batizado de União Brasil.

EM ANÁLISE – Tudo ainda depende de aprovação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em um processo que pode levar de três a quatro meses. Com o deferimento, a sigla, que vai utilizar o número 44 nas urnas, passará a contar com quatro governadores e uma bancada com 82 deputados e oito senadores no Congresso Nacional. Além disso, a união garante uma enorme fatia de recursos públicos.                                                                                              

FUNDÃO – Com base em dados referentes a 2020, divulgados pelo TSE, o novo superpartido pode ter direito a vultuosos R$ 458 milhões, entre repasses dos controversos Fundo Eleitoral e Fundo Partidário. Do Fundo Eleitoral, PSL e DEM ficaram com R$ 199 milhões e R$ 121 milhões no ano passado. Já do Fundo Partidário as siglas abocanharam R$ 98 milhões e R$ 40 milhões, respectivamente.                                                                                                           

MAIORIA – O PSL já tinha a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 54 representantes, um a mais que o PT. Com o incremento dos 28 parlamentares do DEM, que ocupava a 11ª posição em número de membros, o União Brasil contará com 82 deputados, quase o dobro em relação a partidos como o PL e o PP, terceira e quarta maiores bancadas, com 43 e 42 representantes, respectivamente.                                                        

NO MEIÃO – No Senado Federal, porém, mesmo com a fusão que une os dois senadores do PSL e os seis do DEM, incluindo o presidente Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a legenda ainda será apenas a quarta maior bancada, atrás de MDB, com 15, PSD, com 11, e Podemos, com nove senadores. Apesar disso, o partido ficará à frente de outras siglas, como PSDB e PP, com sete, e PT, com seis senadores.                

EXECUTIVO – No Executivo, como já citado, o partido terá quatro governadores e passará a liderar a lista ao lado do PT. Atualmente, o PSL governa os estados de Rondônia, com Coronel Marcos Rocha, e Tocantins, com Mauro Carlesse. Já o DEM responde pelos estados de Goiás, com Ronaldo Caiado, e Mato Grosso, com Mauro Mendes. Dos quatro, apenas Carlesse não pode concorrer à reeleição.                                          

DEBANDADA – Mas a fusão também deve resultar em uma grande debandada por conta dos filiados que apoiam o presidente Jair Bolsonaro. Para quem não se recorda, depois de vencer as eleições de 2018 pelo PSL, o mandatário abandonou o barco antes mesmo de completar um ano de governo por desentendimentos com Luciano Bivar, deputado federal por Pernambuco e presidente nacional da legenda.                                                                              

NA JANELA – Diante dos conflitos internos, o número de deputados e senadores do União Brasil pode mudar consideravelmente. O próprio advento da fusão cria brechas para que filiados que não aprovam a junção pleiteiem a saída, mas o maior volume de dissidentes deve ser observado entre março e abril de 2022, durante a janela partidária, também conhecida como janela da infidelidade.                                                                                    

QUEM FICA? – O prazo de 30 dias concedido pela Justiça Eleitoral para que parlamentares possam mudar de partido sem perder suas cadeiras deve ser de muitas migrações. Os próprios líderes admitem baixas e reconhecem que só será possível mensurar o tamanho que a legenda terá após a janela, que vai dizer qual será a representatividade mantida entre os 513 deputados federais e 81 senadores.                                                                                      

VAI E VEM – Nos bastidores, o que se comenta é que apenas o PSL deve perder metade da bancada com o desembarque dos bolsonaristas, além de outros que, por razões distintas, também não estão alinhados às pretensões do novo partido. Uma que já mudou de ares foi a deputada federal Joice Hasselmann, que, no mês passado, alegando perseguição, conseguiu autorização do TSE para se desfiliar.                                                                           

VIRA-CASACA – Segunda mais votada do país em 2018, com mais de 1 milhão de votos, ela migrou para o PSDB na última quinta-feira, posando ao lado do governador João Doria, provável representante tucano na corrida presidencial. Eleita por São Paulo, ela chegou a ser uma das principais aliadas de Bolsonaro, mas rompeu com o presidente em 2019 após uma série de desentendimentos.                                                                   

CHAPA – E por falar em corrida presidencial, um dos objetivos da fusão é viabilizar uma candidatura majoritária própria em 2022. É o que garantem Luciano Bivar, presidente do PSL que também presidirá o União Brasil, e ACM Neto, presidente do DEM e futuro secretário-geral da nova legenda. Até aqui, porém, só se tem especulação sobre o cenário, que só deve se definir no ano que vem.                       

UNS E OUTROS – Além do ex-ministro da Saúde Luís Henrique Mandetta, filiado ao DEM, outros nomes têm surgido no horizonte, como Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, também do DEM.                                                                                                         

Entre os de fora que estariam sendo assediados está o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que, como Mandetta, deixou o governo Bolsonaro pela porta dos fundos. É esperar para ver. Por https://jornaloeco.com.br/)

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